Pelo direito de ser mulherzinha!

Dia desses, eu tive um piti. Mas um piti digno de mulherzinha sabe? Daqueles que a voz fica irritantemente fininha e você começa a dar tapinhas nos objetos e bate o pé no chão? Então, meu piti foi assim. Deixe-me explicar: a situação em pauta era um desastre... no armário! Não, não foram com roupas, sapatos e bolsas (thank God!). Foi uma daquelas caixinhas de antimofo (já viu?!) que rachou – provavelmente – e inundou uma prateleira com aquela água grudenta – proveniente de evitar o mofo, eu acredito. Não tinha quase nada na prateleira, mas tinha uma mala de viagem e um chapéu, liiindo, que eu aaamo, demaaais! E foi-se o chapéu. Eu acho. Ainda está sendo estudada a sua situação de ‘dá-pra-salvar-ou-não-dá-pra-salvar’. Enfim, o fato é que eu dei um piti na hora. O pensamento era: putz! E se aconteceu em outras prateleiras, já que eu tenho essa m#@%& de antimofo em cada centímetro do armário?! Entendeu?! Não foi um piti em vão... por nada. Não, foi um belo piti por uma causa justa e um belo de um momento ‘mulherzinha’ da minha parte.
Depois do ocorrido, depois de sair catando todos os antimofos existentes no armário, com aquela calma e serenidade que vocês podem imaginar, depois de tentar limpar a bendita prateleira – uma tentativa em vão, pois ela ficou preta! Sim, a pra-te-lei-ra-fi-cou-pre-ta! Não me pergunte qual a química insana que acontece naquela caixinha capaz de produzir um líquido tão bizarro que deixe madeira preta, que eu não sei! -, depois de tudo isso, eu comecei a pensar: “nossa, que piti eu dei heim! Vergonha alheia de mim mesma”. Não pensem que foi um ataque sobre-humano, não foi. Mas depois que passa, a gente vê que agiu como criancinha e dá uma encabulada né.
Pois isso me levou a pensar nesses ‘ataquezinhos’ que nós temos no dia-a-dia. Todos nós, não tente negar (eu contei o meu, seja bacana e diga que você é assim também rs!). E, claro, cabe a nós o discernimento de saber que, na vida, existem verdadeiros e maiores problemas que um salto quebrado no sapato preferido, um chapéu novo estragado ou um rasgo no vestido ‘de estimação’. Depois que passa aquela ‘onda’ de cabeça quente, a gente se conforma e vê que aquilo não é nada... nadinha mesmo! Mas a ‘onda’ existe, o momento vem, os palavrões saem. Seria muita hipocrisia dizer, neste blog, que a santa que sou – há! – não reage humanamente e sempre vê o céu azul. Que quando chuta uma pedra diz “óh, puxa!”. Que quando pisa num chiclete com a bota nova da Arezzo, diz “ah, é só um item material”. Não. O fato é que eu sou mulher, sou convictamente um ser humano consciente com as causas sérias da vida, mas ao mesmo tempo sou uma fresca que grita e quase chora por causa de uma baratinha. Sim, eu grito com barata e não consigo eu mesma matá-la. E quando matam pra mim eu fico com nojo do lugar que ela estava. E eu tenho um baita medo de dentista. E tenho nojo de gente gripada que não seja eu. E não gosto que comam ou sentem com roupa da rua na minha cama. E, se sou fresquinha para algumas coisas, sou 'pau-pra-toda-obra' pra outras. E, se grito com uma baratinha, também posso gritar com o maior dos homens. E, se eu tenho medo de dentista, posso ser corajosa pra coisa muito pior.
Taí, um mega desabafo, pelo direito de ter o nosso momento frescurisse! E continuar a ser um mulherão, mesmo assim rs... vai encarar?!

Foto: Google.
Texto: minha autoria, não reproduzir!